Vamos por partes, como diria Jack o Stripador....
1º - eu faço Engenharia:
"é a arte, a ciência e a técnica de bem conjugar os conhecimentos especializados (científicos) de uma dada área do saber com a sua viabilidade técnico-econômica, para produzir novas utilidades e/ou transformar a natureza, em conformidade com idéias bem planejadas e em observância aos imperativos de preservação ambiental e de conservação ambiental, na escala que se fizer necessária"
ou melhor:
"Engenharia é tão-somente aplicação da física aliada ao bom-senso"
ou seja, eu gosto de ciências exatas, do tipo matemática, física, geometria.....
2º - SE eu gostasse de escrever textos enormes, com reflexões profundas eu teria feito filosofia ou letras e ainda tirado notas melhores de filosofia no colegial
Portanto, prezado professor de ética, não se sinta ofendido se não consigo escrever mais que uma página pro seu paper, COM espaçamento duplo. Eu tentei, mas não é possível......
Pode perguntar pro meu antigo professor de filosofia, que por sinal faz mestrado na nossa faculdade, que eu não sou capaz de escrever textos longos.
#prontofalei
Carta Aberta de Desagravo ao Egrégio Prof. Ms. de Ética da Ilma. Srta. Larissa Rossi Talarico
ResponderExcluirPrezado humanista,
Todos sabemos que a Ética, conforme descrita por Aristóteles prescreve o movimento dialético em busca de um "sumo bem" político. (cf.ARISTÓTELES, Ética a Nicomaco), da mesma forma em que Kant nos alerta ser uma "ação conforme o dever e pelas virtudes", que se desdobram em um imperativo categórico que privilegia a particularidade com vistas à verdade do universal (KANT, Funtamentação da Metafísica dos Costumes).
Sendo assim, é permitido àqueles que dedicam suas habilidades às ciências exatas gozar de certo relaxamento na humanidades pois, suas virtudes específicas (não menos importantes) urgem para uma área do conhecimento acerca da qual, afirmo categoricamente, nenhum de nós exerce amplo domínio (ou o senhor é capaz de executar metade dos cálculos que seus alunos de engenharia fazem?).
Reconhecer as limitações humanas, as próprias e as alheias, confirma a tese de Lévinas de que a alteridade é uma paixão ética pela tolerância quando o outro está posto e reconhecido plenamente no eu(cf. LÉVINAS, O Eu e o Outro), e ainda Kierkegaard quando admoesta se o outro não um segundo eu mas sim, um primeiro tu, no dever de ser reconhecido em sua singularidade existencial (KIERKEGAARD, As Obras do Amor).
Desta forma, egrégio Mestre, suplico a clemência de vossa douta sapiência lembrando-lhe de que deves "agir de maneira tal que sua máxima torne-se lei universal" (KANT, F. M. C. II, p. 78) ou seja, reconhecer as limitações de outrem compreendendo o significado semântico dos parcos escritos de um estrategista matemático é sinal de ética, tolerância e bom senso.
Aproveito o ensejo e a ocasião desta missiva para atestar que a distinta aluna, ora em questão, é plenamente capaz e consciente dos benefícios da razão ao mesmo tempo em que, não é dada a elaborações retóricas que beiram ao famigerado ato sofístico, rejeitado pelo próprio Sócrates, o que nos é, em sentido strictu, um grande favor. Lembro ainda que para textos delongados e besteirentos já temos muitos em nosso meio, como Hegel, Heidegger, Comte-Sponville e Tomás de Aquino. Não precisamos atormentar os engenheiros com isto. Deixe-os em paz com seus textos curtos, antes que nossas edificações comecem a ruir como o edifício das verdades cartesianas (DESCARTES, Meditações Metafísicas, I)
Fraternalmente,
Ex-professor de filosofia da Larissa.
Muitíssimo obrigada Fransmar.
ResponderExcluirNinguém melhor que você para dar uma opinião verídica nesse ponto.
Agora é só torcer pro meu professor entender isso tudo também...
PS: para esclarecer, o meu professor na verdade é capaz de realizar os cálculos sim, porque ele é formado em engenharia.
Excelente comentário do seu professor de Filosofia Larissa.
ResponderExcluirAs exposições(escritas e orais) curtas ou longas são igualmente importantes, no entanto cada uma tem seu momento e lugar corretos. Mas atualmente é fato nas Áreas Tecnologicas e na Administração que a objetividade, a clareza e a brevidade são fundamentais. Assim exposições prolixas devem ser evitadas o tanto quanto possível.
Para terminar quero registrar que achei magnífico a citação feita pelo Profº Fransmar sobre Lévinas:
"Reconhecer as limitações humanas, as próprias e as alheias, confirma a tese de Lévinas de que a alteridade é uma paixão ética pela tolerância quando o outro está posto e reconhecido plenamente no eu(cf. LÉVINAS, O Eu e o Outro)"
Lembra muito Lacan e Sartre respectivamente:
"Nós somos o desejo dos outros"
"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."