quinta-feira, 20 de junho de 2013

Memórias da escolinha de futebol

Ontem me lembrei da minha rotina de vestir o uniforme maior do que eu e ir trabalhar na escolinha de futebol. Podia ser um trabalha, mas na verdade era minha terapia diária contra os problemas do meu mundo juvenil.
Se eu tinha prova ou trabalho pra entregar, da porta do campo pra dentro era um problema inatingivel e incompreensivel. As crianças nao vem falar de provas com voce ou de prazos. A conversa é muito mais agradavel, sobre o que aconteceu com o bakugan ou o ben10, como uma beyblade é mais forte que outra ou sobre o flamengo.
E o assunto de qual o seu time rendia, hi5, ou batte cinque, porque torcemos pro mesmo time, ou um joinha invertido se o amiguinho é corinthiano.
Na saìda surgia sempre um posso dormir na casa de alguém hoje? Plena segunda-feira e pra eles é o melhor dia da semana porque tem futebol.
Como seria maravilhoso se o mundo continuasse como desses pequenos, nada corrompido e cheio de alegrias. 
Eu me deixava contagiar e era verdadeiramente rejuvenescedor estar ali.

A sinceridade das crianças é a melhor. 
O que voce fez com o cabelo? Quantos anos voce tem? Onde voce estuda? A enxurrada de perguntas e as conversas delicadas. Qualquer resposta é uma tremenda novidade. Pra onde vai o aviao? Onde voce mora?
E os pequenos gestos desde os mais capetinhas até os mais bonzinhos. Os que nao sabiam amarrar o tenis, pequeninos e que brincavam no meu cabelo enquanto eu estava abaixada e os que sabiam amarrar o tenis mas queriam que eu amarrasse pra eles, um meio de aproximaçao disfarçado em preguiça e no meu super nò que nao desfaz.

Tudo isso me fez aprender muita coisa sobre mim. A mais importante talvez foi ter me mostrado como eu gosto de crianças e me fez mudar de opinião.
Antes eu não pensava em ter filhos. Não queria deixar nesse mundo hostil e decadente uma continuação. Era meio radical sim, talvez até egoista e mesquinho....pode ser....
Hoje, depois dessa convivencia, quero ter filhos sim.
E penso de maneira um pouco diferente, meio maternal-super-protetora, coisas do tipo: que tipo de futuro lhe espera? Como posso criar meus filhos com as mesmas condições de aprendizado que minhas mães me proporcionaram? Dou uma desesperadinha de leve, porque estou pensando nos filhos, pulei muita parte divertida que tem que ser feita pra chegar nesse ponto....

E então, chego num ponto onde a preocupação é com o meu futuro e penso se aquilo que quero hoje compreende o que eu quero como futuro e o que é realemente preciso nessa vida.

Tem dias que acordo querendo saber de jogar bola e basta. 
No outro quero ser a mega-sabidona-engenheira da construção sustentàvel.
Depois ser a mestra das artes marciais.
Também tem dias que quero manjar muito de hidrologia e construir uma hidrovia no Tiete.
E muitas vezes quero uma casinha no campo, um jardim pra cuidar e poder cozinhar com coisas frescas, fazer a janta e....

E surto novamente pensando como conciliar tantas personalidades distantes em uma pessoa sò.....

(e eu comecei esse texto porque tirando a saudade de tudo, estava com saudade de dar aula....)

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