terça-feira, 28 de abril de 2015

Sudaka 2015

Quando suas fotos, seus amigos, seus interesses são sobre uma coisa, as outras ficam um pouco de lado.
Não vejo como crescer no futebol e vejo muitas possibilidades no ultimate.

No futebol competitivo vejo problemas de juiz roubar, jogadores fazerem firula, provocarem faltas anti-jogo e terem lances em que um quer machucar o outro. Nas competições que participei vi tudo isso e mais um pouco.
No ultimate competitivo vejo quase um mundo perfeito. Homens e mulheres podem jogar juntos, o princípio básico é evitar contato com o adversário,  respeitar e saber as regras, mas o ingrediente principal é poder comemorar todas as boas jogadas, e todas incluem também as do seu adversário.
Imagina no futebol o adversário comemorar com você um golaço? Acho que nunca.

Minha referência do ultimate vem do único campeonato internacional que disputei na Argentina,  o Sudaka. E o que vi lá foi inédito pra mim.
Sair contente com uma derrota porque o outro time era divertido, ver o defensor do time que derrotamos no golden goal não atropelar a menina do nosso time que ia fazer o gol da vitória, ouvir do time que ganhou de muito da gente vários elogios durante o jogo, ouvir do time que ganhamos de muito vários elogios durante o jogo, receber uma bênção de um time cristão e perceber no fim de tudo que meu time teve muito espírito de jogo também, pois ficou em terceiro lugar nesse quesito.
Nunca imaginei que uma intensidade de jogos tão alta e disputada pudesse caminhar com uma sensação de amizade entre todos tão mágica.

Não tive medo que o venezuelano mais alto e mais forte que eu, correndo do meu lado pra buscar um disco, me desse um empurrão pra me tirar da jogada. Não tive medo ao entrar em campo pensando que alguém pudesse fazer algo maldoso pra me machucar.

Pensava em como com uma movimentação inteligente eu poderia deixar o marcador pra trás.
Pensava ao entrar em campo como ia dizer "Oi tudo bem" pra pessoa que viria me marcar.

Só sentia alegria de estar em campo com bons amigos e bons adversários correndo atrás de um prato plástico voador.
E muita vontade de ganhar.

Eu tenho ótimas lembranças de campeonatos de futebol, mas agora quero construir com ultimate.

PS: O sexto lugar de 14 times, de acordo com a capitã Malela, seria melhor se o principal jogador do time, o jogador que eu mais gosto, não tivesse ficado doente

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