Acabei de chegar do HatRio.
Um campeonato de ultimate estilo hat funciona com a inscrição dos jogadores, divisão de níveis e sorteio de equipes. A grande idéia é criar um campeonato divertido, equilibrado e troca de experiências entre os jogadores. Aprender e ensinar.
Aí eu pensei: qual a chance disso dar certo? Deve ficar desnivelado, as pessoas devem querer jogar com conhecidos então só os famosos bons vão tocar no disco.
Errei. Muito feio.
Meu pensamento no sorteio era conhecer pelo menos uma pessoa do meu time. Dei sorte, conhecia 3 e duas delas muuito boas.
Não era o mesmo time dos meus amigos, mas depois do primeiro jogo vi que o time ficou amigo de passe em passe e essa sensação foi um alívio.
Éramos 11. Time branco que virou time Olaf em homenagem ao boneco de neve que gosta do verão do filme frozen.
3 brasileiros, 1 venezuelano, 1 meio francês meio brazuca, 1 meio brazuca meio italiano. 2 usamericanos, 1 colombiana, 1 argentina e 1 chileno.
Uma mistura maluca que rendeu o 4° lugar do campeonato.
Faltou perna, sobrou areia.
Faltou pulmão, sobrou risada.
A superação mental pra ultrapassar o limite do desgaste sob o sol de Niterói e de frente pro mar que não se podia nadar.
Fiz lançamentos que não me arriscaria por medo de errar e que deram certo (nem todos).
Foi a ocasião perfeita pra melhorar a cabeça e testar coisas treinadas. O cansaço libertou algumas travas e as pessoas diferentes me ajudaram a me conhecer melhor como jogadora.
Tinha tudo pra ser um feriado quase perfeito. O time do Pedro foi campeão e o do Victor e da Ju campeão de espírito. Eu estava contente com o meu aprendizado pessoal mas acabou ficando perfeito quando ganhei o prêmio individual feminino de espírito de jogo.
Teve o casal MVP argentino e por um voto não teve o casal espírito brasileiro.
Mas depois de tanta coisa boa que aconteceu não se pode reclamar disso.
Fiquei contente porque todos saímos premiados.
PS: voltar à rotina fica difícil depois de tanta intensidade em tão poucos dias
PS2: vejo a seleção brasileira feminina de futebol e sei que tive condição de estar num nível de competição de copa do mundo, jogando nessa seleção. Mas hoje, conhecendo o Ultimate e vendo as disputas fisicamente mais fortes pela bola, vejo que encontrei o esporte que a nível competitivo consigo conciliar minha índole com a disputa pelo disco. Da próxima vez que ouvir alguém dizer que se não quer que empurre que vá jogar vôlei ou tênis, darei a sugestão do ultimate.